segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

. i hear you, of course .


Same Mistake - James Blunt

So while I'm turning in my sheets
And once again, I cannot sleep
Walk out the door and up the street
Look at the stars beneath my feet
Remember rights that I did wrong
So here I go

Hello, hello

There is no place I cannot go
My mind is muddy but
My heart is heavy, does it show
I lose the track that loses me
So here I go

Oo oooooo ooo ooo oo oooo...

And so I sent some men to fight,
And one came back at dead of night,
Said "Have you seen my enemy?"
Said "he looked just like me"
So I set out to cut myself
And here I go

Oo oooooo ooo ooo oo oooo...

I'm not calling for a second chance,
I'm screaming at the top of my voice,
Give me reason, but don't give me choice,
Cos I'll just make
The same mistake again,

Oo oooooo ooo ooo oo oooo...

And maybe someday we will meet
And maybe talk and not just speak
Don't buy the promises 'cause
There are no promises I keep,
And my reflection troubles me
So here I go

Oo oooooo ooo ooo oo oooo...

I'm not calling for a second chance,
I'm screaming at the top of my voice,
Give me reason, but don't give me choice,
Cos I'll just make the same mistake

I'm not calling for a second chance,
I'm screaming at the top of my voice,
Give me reason, but don't give me choice,
Cos I'll just make the same mistake...Again

Oo oooooo ooo ooo oo oooo...

So while I'm turning in my sheets
And once again, I cannot sleep
Walk out the door and up the street
Look at the stars
Look at the stars, falling down,
And I wonder where, did I go wrong.

_________________________________________

Olá, leitor e não-leitor do blog-mais-desajeitado de toda a galáxia!
Aqui está a música pra você baixar, se quiser. Ela é bonitinha. O James é lekalzinho. E eu gosto...
Quero aprov
eitar e dizer que ganhei do meu leitor Critical Watcher, estes selos:




















Passo todos eles para as seguintes criaturas:


Frau Dias, meine freund;

Dan.sc, hunf!

Boa tarde, passar bem.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

[ MEME ] ... ?

Olá, como vai? Eu vou indo... E você? Tudo bem? Tudo bem, eu vou indo... Os dias estão REALMENTE estranhos!

Sem muito papo, vou ao que me interessa expor aqui, hoje, agora... Nesta noite tão gélida ao som de Insensatez na voz da Takai.
Recebi da minha amiga de blog, Carolzita, o MEME:

Responda, da maneira que lher convir, as estas perguntas:

1 - Que cheiro tem seu corpo?
2 - Que sonhos alimentam seu coração?
3 - Porque a vida muda de uma hora pra outra?
4 - Porque pessoas vêm e vão?
5 - Porque complicado vem antes do simples?

Esse MEME foi feito por ela, e após as respostas, deve-se indicar mais 5 blogueiros.
Respostas:

1 - Meu corpo tem cheiro de Malbec de O BOTICÁRIO. Uma fragância com base do vinho. Um cheiro surpreendente, sexy, selvagem e capaz de levar à loucura!

2 - Meu coração é alimentado por sonhos leves, bonitos e amáveis. São eles: ir para a Inglaterra, fazer faculdade de Jornalismo, ter uma casa, sempre ter alguns poucos amigos por perto pra contar. Sonho em ficar por muito, e muito tempo com minha mãe - meu alicerce, minha parede, minhas telhas, meus fios de energia positiva.

3 - A vida não muda de uma hora pra outra. Nós é que mudamos... Amadurecemo-nos a cada fração de segundo. Tudo acontece silenciosamente...
4 - Porque tem que ser assim. Elas vêm até nós para servir de exemplo. Para podermos aprender a ver sempre os dois lados da coisa. É triste quando umas se vão. É bom quando certos sentimentos por determinada pessoa, passa. Há algo escrito.
5 - Não acho nada complicado. Tudo é muito simples. Nós é que quase sempre discordamos das coisas. Cada um tem capacidade suficiente para fazer algo de satisfação do ego. [ que viagem! ]

Indicados:
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Aproveitar pra dizer uma coisa. Acabo de ganhar uns brinquedos do meu padrasto! Hahahaha... Sério! São lindinhos, hein!
Olha só...


Ótima noite. Durma bem!
Tchau, tchau, anjo da guarda...

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

H ã ?


Quando eu vi, senti aquele aperto que só eu e quem não conseguiu sabe o que é! Mas tudo bem. Quer dizer, tudo mais ou menos... Eu quero estar lá. Ainda tenho a audácia de vir aqui e revelar-te o que tenho correndo nos meus pensamentos. Tenho planos, vários planos pra este ano. Preciso pôr todos em prática. Vou conseguir, sabe? Acredito que posso alcançar o meu sucesso. [ sim, você sabe que sou capaz disso... Okay ]

1. estou com saudades de um protagonista;
2. estou preso em pensamentos estranhos (como já disse numa poesia, eu sou estranho);
3. estou querendo terminar dois livros que mal comecei de ler;
4. quero ir para Londres;
5. quero um beijo daqueles!;
6. quero um abraço daqueles!;
7. quero poder esquecer algumas coisas imbecis;
8. estou prestes a ter uma síncope!

Estou no começo de uma nova aventura. Estou namorando com Arthur Schopenhauer e, mais uma vez, com Bernard Cornwell. Eles são bons. São gênios. Um é louco, o outro, leve.

Ah, estou sem um pingo de paciência pra escrever. Só vim mesmo desabafar com você, meu caro blog!

... que estranho está hoje ...

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Caso


Estou grávida. Como diz a Marina Lima “Eu tô grávida / De uma nota musical /De um automóvel / De uma árvore de Natal / E vou parir”. Já fiz o teste na farmácia, e resolvi contar pra Clarice. Fui ao consultório de Dona Lucília. Ela está chocada com a notícia... Mas pelo menos os meus pais já sabem! Pode ser que isso não lhe agrade. Assim que vi o resultado, acreditei. Assim que soube, senti algo dentro de mim. Não, não foram as chutadas do bebê. Ainda é muito cedo para tamanha afobação. Mas senti algo bom. Algo que estava me transformando em uma mulher mesmo com 16 anos.

Nós transamos naquela noite porque os dois quiseram. Disso você também tem certeza. Já estou a ouvir sua voz dizendo: “Isa! Estás maluca? Eu não forcei a barra, garota!”. Mas não tem problema, Davi. Ou tem. Não quero fazer com que se sintas culpado. Apenas, queria que pudéssemos fazer com o nosso bebê, o que, no começo do namoro, conversamos. Acho que não lembras, por isso irás dizer-me coisas desagradáveis.

Agora estou aqui na minha cama, sentada, ouvindo aquele cd que você presenteou-me no meu aniversário, do Chico Buarque. Foi um dos presentes que mais adorei receber entre os meus 12 e 16 anos. É, nos conhecemos por acaso, ou seria sem acaso? Você com seus amigos do 2º colegial, e eu com minhas amigas do 1º ano. Lembro do jeito como examinava meu corpo, deixou-me tímida diante das meninas! Ai, Davi... Como foi bom! E começamos uma linda história de amor...

Onze meses de muita paixão, muita fidelidade, muito carinho. Então aconteceu o que aconteceu naquela tarde de junho. Meus pais, você lembra, sempre diziam que o que existia entre nós dois era intenso, era extrapolado. Precisávamos ir com mais calma, até porque ainda éramos dois “bebês”! Estranho eles usarem essas palavras. Somos tão grandinhos, tão inteligentes, quase tão ‘responsáveis’. Porém entendi o que de fato eles me alertavam.

Eu não conhecia aquela garota. Depois as meninas me disseram que ela morava no seu prédio. Aquilo partiu meu coração, Davi. Sério! Não estava acreditando, pensava que era conversa fiada delas. E vi você ali naquela praia com a Yasmim. As meninas me seguraram para não estragar mais ainda meu espírito. O sangue subia fervorosamente em minhas veias e artérias. Fiquei vermelha, chorei horrores, tremia como um trovão. Passei mal.

Elas chamaram um homem que estava com uma prancha de surf na praia, pra me levar até um bar distante de onde vocês “namoravam”. Ligaram pros meus pais, eles vieram, levaram-nos pra casa, e lá eu vos contei tudo que aconteceu, e estava acontecendo.

- Isadora! Meu amor! Onde que os dois pirralhos estavam com a cabeça?

- Pai, não foi um erro. Nós dois sabíamos que iria dar nisso. Quer dizer, não sabíamos. Eu tomei a pílula do dia seguinte...

- Mas não resolveu, não é? Você acha o que? Que se ficasse grávida, ou melhor, que se está grávida, tudo bem. Seu papai, sua mamãe, os pais do Davi vão bancar tudo? Ah, lógico... “papai e mamãe me amam e não irão me deixar na merda”!

- Júlio, olha o estado dela! Isso pode estar fazendo mal pro feto!

- Ah, Mariza! Só estou conversando com nossa filha. Vem cá, essas suas amiguinhas do jeito que são, todas ousadas, todas loucas, fizeram com que isso acontecesse com você.

- Pai, pára! Eu não sou santa! Eu não quero que tratem-me como uma santinha, como a filhinha que sempre ganhou bonecas Barbie, ursinhos, sempre teve dvds infantis! Não quero! Desde os meus 12 anos vocês percebem como tenho mudado. Como tenho me tornado mais mulher, mesmo com 12 anos! Pai, pode pôr-me pra longe daqui. Mandar pra casa de alguém, sei lá...

- Espera, espera, espera! Você está louca, Isadora? Está louca? Que pai é esse que vai abandonar a filha logo numa fase linda de sua vida? Minha filha, só estou surpreso com o fato. Só estou triste comigo mesmo... Só estou triste por não ter percebido com tanta força, como minha filha amadureceu. Nem eu nem muito menos sua mãe iremos abandonar você.

- Ow, pai...

- Filha, apenas queremos conversar com o Davi. Saber dessa traição de adolescente, saber sobre o que ele acha da gravidez...

Isso me cansou, Davi. Por isso só resolvi contar agora pra você sobre o nosso bebê. Por isso sumi da escola, por isso mudei o número do meu celular, para não mais atendê-lo. E sei que estás aliviado em estar lendo todas essas minhas palavras idiotas de uma mãe boba pelo seu filhote. É uma menina. Chamar-se-à Flor. Simples como o da mãe e do pai. A única coisa que quero que faça é: registrar a Flor.

Ai, Davi... A verdade que eu ainda o amo muito. Mas não tenho forças pra voltar pra ti. Deixo você com um trecho da nossa música.


“Como o meu jeito de amar se ajeitava com você
Louco, eu não imaginava uma noite sem você
Como é sincero poder
Querer os pulsos cortar
Como é bolero chegar
E perder a coragem
Foi tão bonito você me emprestar a vida assim
Ver que eu não tinha saída e seguir por onde eu vim
Como eu adoro você
Quando você me sorri
Quando sabemos que aqui
Termina nossa viagem”
- (Nosso Bolero) Chico Buarque de Holanda

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Eu


Sou bonito, sou feio, não lhe agrado.
Sou chato, sou briguento, não me toleras.
Sou pouco inteligente, escritor, falo coisas sem pensar.
Sou puto com tudo isso aqui, sou uma patacoada.

Sou eu, sou teu, e às vezes prefiro não ser.
Sou ao contrário, sou alarmante, não precisas.
Sou coitado, não sou, fico feito um CÃO com dor.
Sou fresco, sou puta, não te devo.

És a burrice e eu o desprazer.
Sou a calma, sou a totalidade, errada pra você.
Sou o que não quero ser. Sou o que vejo em você.
Sou o que sinto em te ler.

Sou a mentira, sou o enfadonho do endocarpo.
Sou a verdade que nunca quer ser dita.
Sou uma vergonha, sou um tugúrio.
Sou o errado. Tenho vergonha de o dizer...

Sou o que caminha horas e horas por ai.
Sou o indeciso. Sou o amor, a dor, a tristeza, a merda!
Sou estranho, campanudo, seco, calado diante de você.
Sou tímido, sou fino, sou um hino, que ainda vais conhecer.

Sou o adulto aborrecente. Sou com-vi-n-cente.
Sou libidinoso, talvez.
Sou sexy, sou alcoólatra, sou dançarino em Saturno.
Sou o que tem medo de te falar. O que tem medo de chegar.
Não mais o desprazer. Eu sou a pérola da família.
Sou louco, imbecil, sou uma negação, talvez.
Sou beduíno, digo-me que sou capaz. Não ligue.
Sou uma contra-adição. Sou tudo de bom, de ruim.

Sou personagem deste universo rútilo.
Sou o que você não quer ouvir. Sou amigo, salve.
Sou forte, mas não tenho corpo suficiente pra sustentar-te.
Sou indescritível. Vivo fantasiando as coisas.

Não vivo na realidade. Tapo os meus olhos para não
Viver isso aqui.
Sou ESCRANIFADO, e daí?
Sou um mamífero. Parente de extraterrestres.

Vivo a sonhar, sou daqui e sou de lá.
Sou de cá, e parece que estou pra ficar.
Então, sou um saco. Sou infantil.
Sou anti-séptico. Sou...

Sou a pessoa que gostaria de ouvir uma palavra.
Sou o que briga pela simples palavra.
Sou o que sente falta em te ver.
Sou o que precisa te tocar.
Sou sensual, e também, não sensual.

Sou o vazio, sou, mais uma vez, a totalidade.
Sou uma perdição, um furacão, não é isso não.
É difícil de explicar o que quero ser.
Sou um doce que destrói seu organismo.
Sou Michel Jackson, o que não come criancinhas.

Sou polênica. Sou o enjoado. Sou o que você não gosta.
Sou escandaloso, frio, alegre, o que não se entende.
Sou os fios que ligam o êmbolo até outros vasos.
Agora tenho a compunção.

Sou este. Que tanto escreve, que ainda não se liberta,
Que está esperando ouvir o que deseja,
Que ouve aquela música e lembra daquilo,
Que olha nos seus olhos e vê outras, e outras estrelas.
Sou um enigma. Sou um paradoxo. Sou um epígono.
Sou o Nobre Epígono!
Pronto!

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

[ meu refúgio literário há 4 dias ]


Insensatez - Fernanda Takai
Composição: Tom Jobim / Vinícius de Moraes

Ah, insensatez que você fez
Coração mais sem cuidado
Fez chorar de dor
O seu amor
Um amor tão delicado
Ah, por que você foi fraco assim
Assim tão desalmado
Ah, meu coração, quem nunca amou
Não merece ser amado
Vai meu coração ouve a razão
Usa só sinceridade
Quem semeia vento, diz a razão
Colhe sempre tempestade
Vai, meu coração, pede perdão
Perdão apaixonado
Vai, porque quem não pede perdão
Não é nunca perdoado
___________________________________
Limpa minha alma. Leva-me mais uma vez para Saturno. Dá de presente pra algum extraterrestre. Perfeita música. Na voz da Fernanda está mais-que-perfeita! Ouçam... Baixem!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

... Viajei em Saturno noite passada ...


Eu fui pra Saturno. Mas ainda vou voltar. Peguei um carro emprestado de um ser humano amigável, porém fingido. Que paradoxo! Estou nele passeando na Via Láctea que tem tanto pra me mostrar. Fui pra Saturno a fim de tentar ficar bem naqueles anéis que são constituídos por uma mistura de gelo, poeiras e material rochoso e bem coloridos. Fui, e pensei em não mais voltar. Saturno é composto de hidrogênio, um pouco de hélio e outros elementos. E daí?

Conheci um extraterrestre lá. Ou melhor, aqui. Ele é bem diferente dos terráqueos. Ele faz sonetos perfeitos na forma e na linguagem pra sua eterna órbita bucólica. Ele apresentou-me seus amigos, seus familiares, suas estrelas, suas guias, sua solidão, suas liberdades, seus sentimentos, seu noturno, seu otimismo, sua queixa, suas conquistas, seus anéis iguais aos de Saturno, suas luas, suas naves.

- São esses aí que estás a ver, Nobre Epígono! Vivo assim... Contente com a doce companhia dos que giram em torno do meu eu-lírico.
- Eles são assim mesmo? Vêem o que não vêem? Lêem o que não pode ler-se?
- Exatamente, Nobre. Hipérbole é o mais expressivo, como o nome já diz. Ele não guarda rancores, expressa o que pensa. Sente-se a criatura mais livre aqui em Saturno. Ele não tem medo de nada. Arrisca-se!
Caminhei nos anéis coloridos. Tocou-me a alma vendo aquelas criaturas dando pulos de alegria pela minha presença unidirecional. Algumas mais estranhas que as do começo da viagem, chupavam-se como os teiídeos. Vi na minha frente, declarações de extras que nem conheciam outros extras que não viviam ali.

“– Gosto de sentir minha língua roçar na sua profusão de líquido insípido da glândula salivar!”

Eles não tinham vergonha de dizer aquelas coisas. Eles são inteligentíssimos! Parece que eu tinha dormido quinhentos anos, acordado em um mundo totalmente diferente do meu, onde “novas pessoas” apareceram na minha frente e possuíam um raciocínio cinco vezes multiplicado pelo meu. Impressionante! Eles altercavam uns com os outros. As fêmeas não são como as terráqueas. Elas são mais sensuais... Hipnotizaram-me fácil, fácil. Uma chamava-se Ipenizopalariagulástica. Pediram-me, então, para remi-la. Algo não emaranhado. Para mim, uma volúpia sintonia de palavras.

Os meus nervos pairavam sobre os anéis. Saturno agora é o meu ponto de refúgio. Eu disse para um ser animado, que acreditava no poder que aquele planeta me passa. Deixa-me leve, imaginário, louco, atrevido, bonito, gostoso, cheiroso... Enfim, tudo de bom. Hehehe. Lá é calmo, infindo, luminoso. É paralaxe!

Volto-me para os meus lençóis quentes e fortes. Volto silenciosamente para onde há amores, ódios, e paixões e beijos e pagãos e perfumes e olhares... Ah, os olhares! Volto-me para onde aprendi a ser criança. Onde aprendi a imaginar as coisas. Fantasiar.
A viagem foi muito boa. Entre tantos beijos e abraços e carícias, restou-me os papéis, a caneta, os livros. Lembrar-te-ás de mim quando estiveres noutra galáxia. Experimenta!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Pra você .

Lembra da nossa primeira vez no cinema? Eu confesso que estava com vergonha de olhar nos seus olhos. Tinha guardado no bolso da minha calça gravações de músicas em um cd que fiz em especial pra você. Quando pus aquele presente nas tuas mãos, senti um alívio e vi o brilho nos seus olhos de tamanha alegria.

Eu senti várias vezes aquele seu cheiro doce. Seu jeito meigo, suas preocupações com o relacionamento. Tenho certeza como amadureci nos últimos meses estando ao seu lado. Isso só contribuiu para a nossa evolução. Nossas declarações infantis, porém as mais lindas de todas as declarações já feitas entre um casal.

Aqui, repouso deitado na minha cama. Relembrando dos tempos em que arriscávamos nossas vidas para poder trocar saliva. Para poder trocar carícias. Para poder conversar sobre as nossas loucuras. Sentir a inalação na minha pele. Olhar você dizer “como és belo!”.

Continuo a querer voltar nos tempos do arrepio na espinha. Continuo querendo receber suas poesias pela caixa de correio. Receber suas poesias, declarações de amor por e-mails... Você nunca mais fez isso pra mim. Ou fez? Não chegou nada aqui, meu amor.

Ouvi várias vezes a nossa música. Você deve saber qual é. Um amor assim não se esquece fácil, fácil. Nossa música que tantas vezes me senti a pessoa mais feliz do mundo em ouvi-la. E ainda a sinto como se fosse a primeira vez. Você estava numa alegria só quando recebeu aquele presente, não era? Vieram mais coisas. Livros, brinquedos, festas, comidas... Momentos únicos e lindos, meu amor.

É, faz parte do relacionamento. O acúmulo de brigas, chateações, xingamentos, medos, incertezas... Tudo caiu como uma bomba pra cima de nós. Há uma força maligna querendo nos ver longe. Eu desconfio disso. Mas quero lutar junto a você para combatermos isso. - Olha tudo que construímos juntos!
- Eu sei, eu sei. Mas nada dura pra sempre. Isso um dia vai ter que acabar.
- Mas eu quero ficar feito um velhinho tendo você comigo.
- Você sabe que não é bem assim...
- Mas vai ser com a gente! Vamos tentar ser feliz... Poxa!

Amizade. Um fruto importantíssimo entre a gente. Não vai embora cedo. Mas poxa! Por que tudo tem que ser assim? Lá vem outro ser humano me dizer que é porque está escrito. Mas não! Eu quero viver mais contigo. Eu quero cuidar mais de você. Eu quero que você cuide mais de mim. Eu nunca senti algo tão forte como senti e estou sentindo por ti. És a proteção nas horas tristes e alegres de minha vida. Que tal fugirmos pra outro lugar?
Por mais que seja uma frase boba, mas amo-te muito. Muito! Continuo a te querer a cada minuto...
[ foto de Jorge Casais ]

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Amor Retilíneo



Duas almas. Dois corpos. Duas criaturas que trabalham com pensamentos diferentes. Às vezes é um amor como as criptógamas. Em traços bem desenhados, jogando desejos e palavras na cara, é como eles fazem. Dão exemplo de uso carnal. Declararam tantas cartas um para o outro, que em meio a todo este arroubo, já não nos servem mais.

Brigaram inúmeras vezes. Ofereceram-se mais inúmeras vezes. Libertaram o gozo dos artistas austríacos em noites de luas repletas de ilusões.

- Nossos planos falharam...
- Tinha de ser assim. Está escrito.
- Quando não estava junto a ti, senti frios de perca de sentimentos. Não sabia o que você estava pensando. Não sabia o que de fato sentia por mim. Apenas maneava-me na cama macia.

Eles passaram por tantas coisas juntos. Contaram estrelas. Viram os fogos no céu estrelado. Beijaram-se em momentos felizes, abraçaram-se em momentos tristes.

A troca de olhares chamou-me a atenção no dia em que os conheci. Ele caracterizava-se pário. Ela roubava a cena, e o enchia de carícias e elogios bobos. Os dois sentiam a transformação de substâncias corporais em outras substâncias.

Antes de viverem no mesmo teto, a mulher de sorrisos fantásticos, guardava um retrato dele na gaveta de sua cômoda. Depois do casório, centenas de porta retratos dispersavam-se pela casa de dois andares.

Viajaram para outras cidades, praias, casas, amigos, palavras, músicas. Criaram uma diversidade de gostos. Leram poesias, obras literárias. Caminharam por mundos sem realidade. De mãos dadas, conheceram uma floresta onde moravam bruxas, fadas, anões, feiticeiros, Branca de Neve, Alice, Sofia, Verönika, Jan, Georg, criaturas animáveis. Ela cansou no caminho desse tudo. Beliscou o homem nos momentos de ciúmes, Mas o amor? Ah, o amor... Ele é rizomatoso. Tudo se tornou um idílio. O homenzarrão continuou a amar a mulher fantástica. Um dia tudo deve acabar...

Não tinham filhos. Não tinham mais desejos ardentes. Não transavam mais como antes. Não davam mais o beijo vampiresco. Não lambiam mais a pele com a mesma feracidade. Não olhavam mais com o mesmo toque de olhar um para o outro. O trecho amoroso tornou-se um sentimento com apenas uma única luz: a amizade.
Foto: Nobre Epígono