terça-feira, 23 de junho de 2009

Uma saudade instantânea .

Foto: Dois animais (Por Nobre Epígono)

Uma música para relembrar de você. Setecentos e trinta dias de felicidade. Nós sabemos dela.

"I

Não sou escravo de ninguém
Ninguém, senhor do meu domínio
Sei o que devo defender
E, por valor eu tenho
E temo o que agora se desfaz.

Viajamos sete léguas
Por entre abismos e florestas
Por Deus nunca me vi tão só
É a própria fé o que destrói
Estes são dias desleais.

Eu sou metal, raio, relâmpago e trovão
Eu sou metal, eu sou o ouro em seu brasão
Eu sou metal, me sabe o sopro do dragão.

Reconheço meu pesar
Quando tudo é traição,
O que venho encontrar
É a virtude em outras mãos.

Minha terra é a terra que é minha
E sempre será
Minha terra tem a lua, tem estrelas
E sempre terá.

II

Quase acreditei na sua promessa
E o que vejo é fome e destruição
Perdi a minha sela e a minha espada
Perdi o meu castelo e minha princesa.

Quase acreditei, quase acreditei

E, por honra, se existir verdade
Existem os tolos e existe o ladrão
E há quem se alimente do que é roubo
Mas vou guardar o meu tesouro
Caso você esteja mentindo.

Olha o sopro do dragão...

III

É a verdade o que assombra
O descaso que condena,
A estupidez, o que destrói

Eu vejo tudo que se foi
E o que não existe mais
Tenho os sentidos já dormentes,
O corpo quer, a alma entende.

Esta é a terra-de-ninguém
Sei que devo resistir
Eu quero a espada em minhas mãos.

Eu sou metal, raio, relâmpago e trovão
Eu sou metal, eu sou o ouro em seu brasão
Eu sou metal, me sabe o sopro do dragão.

Não me entrego sem lutar
Tenho, ainda, coração
Não aprendi a me render
Que caia o inimigo então.

IV

- Tudo passa, tudo passará...

E nossa história não estará pelo avesso
Assim, sem final feliz.
Teremos coisas bonitas pra contar.

E até lá, vamos viver
Temos muito ainda por fazer
Não olhe pra trás
Apenas começamos.
O mundo começa agora
Apenas começamos." - Metal Contra As Nuvens (Renato Russo)

domingo, 14 de junho de 2009

Momento de prazer. Gozo constante.

Foto: cena da série The Tudors

"Eu acordava ao amanhecer todos os dias, com o seu toque, a delícia de seu calor e o cheiro inebriante de sua pele. Eu nunca tinha me deitado com um homem que me amasse completamente, por mim mesma, e era uma experiência vertiginosa. Eu nunca tinha me deitado com um homem de quem eu adorava o toque, sem precisar esconder minha adoração, ou exagerá-la, ou ajustá-la, nada disso. Simplesmente o amava como se fosse o meu primeiro e único amante, e ele me amava com a mesma simplicidade de apetite e desejo, que me fazia pensar o que havia feito todos esses anos vivendo a moeda falsa da vaidade e da luxúria. Eu não sabia, durante todo esse tempo, que existia essa outra moeda, de ouro puro."


Trecho do livro A Irmã de Ana Bolena. Cena de amor entre Maria Bolena e William Stafford.


Estou COMPLETAMENTE apaixonado por essa história. Amazing!

terça-feira, 9 de junho de 2009

Aquela tarde...

Foto: cedida pelo Google

Sobre o que? Sobre o amor mais uma vez? Não quero que vire rotina falar sobre ele. Então sobre a paixão? Também não. Sobre o que, afinal?
Sobre o nada. Este deve trazer mais calmaria para o meu eu. O nada, mesmo sendo um vazio, um “dissílabo”, uma imensidão de incertezas, proteje-me neste instante dos problemas causados pelo tal coração. Deveria falar sobre guerra, aquecimento global, segurança pública, educação, política. Quem sabe eu deveria falar sobre academia? Braços, pernas, bundas, coxas, costas, barrigas, peitos, panturrilhas...
Mas não. Não quero falar sobre isso. Alguns devem achar que não passo de um estudantezinho de merda. Que em suas horas “vagas” fica a escrever coisas do coração. Sinceramente, cansei. Por hoje cansei. Em todo lugar que eu vou tem uma placa falando sobre amor. Com todos que eu falo, no fundo, falam sobre amor. Os meus textos, que muitos elogiam, falam sobre amor. Incrível como esse sentimento está ao “nosso” redor e mesmo assim ainda há discórdias. Não tenho como escapar.
Portanto, conclui em escrever sobre um fim de tarde que tive há semanas atrás. Aviso: vou baixar o nível! Irei contar quase todos os detalhes. Vou dizer o que senti naquele dia...


Desculpe-me, estou a sair de minha corte. Vou para o jardim mais longe daqui. Vou encontrar uma donzela.

Encontrei a sobrinha de um cliente do meu pai em um jardim próximo a nossa fazenda. Ela vestia um vestido branco, com pequeninas rosas roxas desenhadas sobre. Tinha alças finas, que com qualquer mudança na velocidade do vento, elas caiam de seus ombros. Tinha em seu cabelo um diadema brilhante. Seu perfume lembrava cítrico. Calçava uma sandália baixa. Tinha um cordão de ouro no pescoço e brincos no formato de coração.

Não senti amor, nem muito menos paixão. Queria apenas comê-la. Queria lamber suas orelhas, pôr meus dedos de leve na barriguinha fina, enquanto lamberia com voracidade seu pescoço branquinho. Queria puxá-la pelos cabelos e chamar de “gostosa! Gostosinha putinha!”.Queria tirar aquele vestido e deixá-la completamente nua. Exatamente como veio ao mundo. Queria meter o meu pau dentro dela. Este, já estava enrijecido. Ela já o sentia e dizia tão doce e cheia de desejos “ai, põe ele em mim. Deixa-me tocá-lo”. Ela queria tudo, tudo mesmo. Eu não queria quase nada.

Ela tocava os meus músculos. Tocava os meus braços fortes de guerreiro. Ela também me lambia e mordia meu ombro, minhas orelhas. Uma hora ela me segurou e olhou dentro dos meus olhos. Desceu sua língua por minha boca, enquanto eu acariciava sua bundinha gostosa. Mordeu meu queixo, e continuou a descer com a língua em meu pomo-de-adão. Fazia lambidas cíclicas em meu peitoral. O prazer consumia-me todo. Matou-me de desejo quando se levantou e ficou dançando pegando nos seios e na xoxota.
Transamos horrores. Gozamos muito. Foi uma tarde quente, apesar do frio que fazia. Aquela sobrinha do Sr. Teteco era desejada por muitos peões da redondeza. Se ela não dava por aí, fui o felizardo.

Pus os braços para cima alongando-os. Vesti minha camisa longa e minha calça de algodão quadriculada. Calcei as botas. Agachei para perto daquela donzela de 19 anos, beijei sua boca, seus seios, que ainda respiravam à mostra, e fui embora.

Foi um nada. Eu queria poder ter uma mulher de verdade. Não queria uma desse tipo. Essa que eu comi foi só mais uma entre tantas. Não merece o meu amor, minha paixão, nem muito menos o meu dinheiro, como muitas da cidade querem. Queria só dar uma fudida com ela. Os pões do meu pai sempre falavam daquela puta gostosinha, e eu não dava ouvidos. Abitolava-me com minhas paixões e amores pelo mundo afora. Até mesmo em minhas cartas e textos.

Voltei para a corte. Estou deitado só de cueca. Sozinho nesse quarto. Nesse nada. Nesse vazio constante.

* texto passou por modificações. O original está com o nível bem mais baixo, mas não deixa de ser uma obra da minha pessoa. Em breve, quem sabe, irei publicar o original. Ou não! Fui inspirado por uma passagem do livro que estou a ler "A Irmã de Ana Bolena", onde as duas comentam cheias de desejos sobre o rei Henrique VIII. Quem ainda não leu o livro, leia-o, se realmente for do seu interesse. Mas seria bom começar o primeiro volume "A Princesa Leal". Não querendo ler o livro da "irmã", assista o filme que foi inspirado "A Outra". Eu ainda não o vi. Em breve irei comentar sobre. Passar bem!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

“Pinta os lábios para escrever a sua boca em minha...”

Foto: M. Bolzan e F. Cintra (amiga e namorado dela em Londres)

Hoje eu acordei com um sorriso estampado no rosto. Eu sei qual o motivo. Estou aqui em casa, sentado no sofá, com um papel, uma caneta, vestindo uma bermuda preta com quadradozinhos brancos, uma camisa branca com o seu cheiro apaixonante. Ah, ao lado tem um copo, ou melhor, uma taça de vinho tinto e aquele chocolate que você me deu. A televisão de 21 polegadas está desligada. O aparelho de som está ligado tocando aquela nossa música. Já repetiu várias vezes. Não me canso de ouvir!

Posso começar? Vamos lá! Acordei feliz porque passamos um fim de semana incrível. Tudo começou na sexta-feira quando saímos da aula e fomos com os nossos amigos para o bar. Eu queria tanto tocar você. Queria tanto olhar nos seus olhos e ver a intensidade do brilho. Aconteceu o contrário. Foi você quem me tocou. Quem fez carinho na minha mão direita. Quem olhou para mim e viu meus olhos saltarem de felicidade. Você não sentiu meu coração, mas quero dizer que ele estava aceleradíssimo.

Senti o seu beijo doce em meus lábios. Senti sua mão tocando no meu pescoço. Senti sua língua lambendo minha orelha direita. Senti a sua mordida quente e doce em meu rosto. Eu viajei, literalmente. Sai desse mundo. Foi uma sensação inexplicável, meu amor.

No dia seguinte, eu estava de ressaca dos beijos, do seu calor, do seu olhar, do seu carinho, do rostinho bobo. Parecia que tudo não tinha passado de um sonho, juro. O seu cheiro no meu corpo trazia uma paz. Eu não tomei banho assim que cheguei em casa. Preferi sentir que estavas em mim. À noite, fomos lanchar naquele restaurante que gostamos. Vez ou outra, ou toda vez, os seus olhos me encaravam a ponto de eu me levantar da cadeira e avançar. Alguns percebiam o meu jeito encantador por aquele momento. Todos percebem. Não consigo estar na mesma, como se absolutamente nada estivesse acontecendo. Feliz estou ao seu lado.

No domingo, chamei os três para a minha casa. As fotos, os filmes – que não conseguimos assistir - , as duas garrafas de vinho, a caipirinha preparada por minha mãe, os chocolates, tudo, tudo mesmo, fez o nosso domingo não se parecer com o das outras pessoas que estão sozinhas. Rimos tanto, não foi? Você e esse seu sorriso encantador. [ái, meu deus! Estou mesmo feliz e apaixonado. Deixa estar] Era tanto carinho um para com o outro.

E hoje eu acordei ainda feliz. Dopado de felicidade. Acordei com uma vontade enorme de gastar todos os meus créditos do celular para ouvir a sua voz boba e em seguida passar uma mensagem. E o que aconteceu? Você quem fez isso primeiro. O bom de tudo é saber que estamos em sintonia. Saber que as notas musicais estão tocando equalizadas em nossos ouvidos, corações, peles, corpos. Saber que os meus próximos textos serão escritos exclusivamente para o meu amor. Saber que os nossos dias que virão, serão aproveitados e apreciados como uma taça com vinho.

Você lembra daquele papel do presente? Está guardado na minha gaveta, junto a uma foto nossa.

Preciso repetir: felicidade, felicidade agora! Adoro você.

São 10:30. Preciso ir tomar um banho e ir para a academia. Falamo-nos no decorrer do dia, meu amor.

Um beijo gracioso.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Uma, duas, três, quatro traições.

Foto: Cena do filme A Outra.


“Respirava lenta e regularmente como se estivesse nauseada. Não falava absolutamente nada.”

Ela tinha procurado-o. Queria conversar seriamente sobre aquela situação. Ele partira de sua casa rapidamente. Era como se tivesse ganho na loteria, e o dinheiro fosse abortar no banco. Não conseguiu, se quer, beijá-la como antes. Apenas abraçou-a e deu um simples beijo na testa.
Seguiu Ricardo. Ela conseguiu caminhar até o carro, e segui-lo nas ruas da cidade. Ele foi direto para o apartamento. Tomou um banho...

- Minha nossa! Já são 23h. – Ela falou sozinha dentro do carro.

Ele saiu. Foi em direção a uma boate na zona sul. Ela também foi. Seria bom dançar um pouco os últimos sucessos da pista de dança. Ela o observava de longe. A outra chegou. Nós chegamos. Clara sabia que existia outra tomando o seu namorado. Seduzia-o como nunca. Dançavam super agarrados. Até então, era apenas dança, dança, dança...

Clara reconheceu outros amigos deles lá. Foi quando ela se aproximou. Viu o esperado: Ricardo deliciava-se com a outra. Aproximou-se ainda mais. Olhou-os seriamente. Todos se voltaram para ela, inclusive eu.

O meu coração acelerou. Procurei um canto onde pudesse enterrar a minha cara. Onde pudesse enterrar as minhas mentiras e falta de amizade. Sei que errei. Aliás, todos nós do “grupinho”, erraram. Fui a escolhida.

- Você, Roberta? – Clara falava sem derramar uma lágrima. Apenas séria. Com o olhar direto.
- Eu, Clara. Perdão, amiga.
Todos pararam de dançar e quiseram tocá-la, pedir desculpas. O Ricardo saiu imediatamente. Os meninos foram atrás dele. Eu e as meninas tentamos segurar a Clara para esclarecer as coisas.
Ela falou calmamente:
- Não quero explicações de vocês. Não quero acusá-las de nada. Não quero que percam o tempo falando os motivos. Ops! Se é que tem motivos para terem feito isso comigo. Continuem dançando. Estão belas!

Saiu segurando sua carteira vermelha, que naquele momento, expressava o ódio latente dentro dela.

Procurei no dia seguinte. Parecia que não iria me atender, mas, incrivelmente, atendeu.
Dona Ana, a mãe, disse-me ao entrar:
- Que papelão, hem Roberta?
Não me reconheci, confesso. Fiquei de queixo caído. Apertei minhas mãos e entrei na casa. Clara estava na cama, lendo um livro. Ela me olhou firme com sua boca fechada e os olhos presos aos meus. Não derramou lágrimas. Não me gritou.

Apenas me ouviu.

- Em primeiro lugar, desculpe-me pelo que aconteceu. Sinto-me tão mal. Perdi o restante... Ou melhor, perdi a confiança que você tinha em mim. Não vou dar explicações pelo Ricardo. Não vou pedir desculpas por ele. Cada um fala por si. Cada um sabe das suas falhas e cada um deve ter o grão de “amizade” e conversar com você pessoalmente. Soube desde um mês atrás que ele estava se encontrando com a Helena. Trocando mensagens via celular, Orkut, MSN. As meninas me contaram tudo. Eu preferi o silêncio diante de você. Mas foi muito pior do que abrir logo o joguinho que o seu namorado estava fazendo. Juro como não imaginava encontrá-la ontem na boate. Eu sabia, sim, que ele iria para lá encontrar a Hel. Eu sabia que eles tinham ido no fim de semana passado para uma pousada numa praia do sul. E você me ligou desabafando e eu me fazendo de inocente e de puta de raiva com ele. Eu sabia que na próxima semana ele iria, realmente, pôr um fim na relação. Engraçado, você deve achar. Eu sabendo disso primeiro que você. Todos sabendo disso primeiro que você. Sabia dos dois presentes que ele tinha dado para ela: um livro, O Mundo de Sofia, que tantas vezes você havia comentado falado para ele que queria-o de presente. E uma girafinha de pelúcia que você já havia comentado COMIGO.

Eu sei que foi uma poli traição. A pior foi a minha. Entenderei – peguei nas mãos dela – se você não quiser mais olhar para a minha cara. Se preferir me ignorar na faculdade. Ou, se é que há esperança para mim, darmos um tempo nisso tudo. Mas agora, na minha próxima confissão, não deveremos mesmo mais prosseguir. – Ela não mexia – Ele a engravidou, Clara. – Ela apertou minhas mãos e fechou os olhos. – Ela está grávida de 2 meses e meio. – Apertou mais ainda minhas mãos. – Deve pôr um ponto final nessa história. Ah, quem sou eu para falar isso, né? Eu falo em toda a história. Não apenas na de vocês dois, mas na nossa. Então é isso. Acho que nada para dizer...

Ela não disse nada. Sai. Hoje faz 9 meses e 15 dias que não trocamos um oi. Estou mal. Absurdamente mal. Não consigo suportar essa perda. Essa minha falha. Éramos tão ligadas.
Estou só. Absurdamente só.