terça-feira, 22 de setembro de 2009

Pífio.

Haha.

Hehe.

Hoho.

Coisa insana.

Hehe.

Haha.

Hihi.

Coisa insana é falar assim.

Hehe. Haha. Hoho. Hihi.

Coisa insana é eu ter uma opinião.

Haha.

Hehe.

Hoho.

Hihi.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

correspondências; primeira resposta

Eu e minha querida leitora e blogueira Vanessa, dona do Monólogos, começamos uma aventura de troca de cartas entre dois personagens que criamos. Apenas criamos os personagens. Eu faço as cartas da Mariana, e ela as do Fabiano. A Vanessa já começou! Clica e confira, se quiser. E logo abaixo está a resposta da Mariana. Vamos ver no que vai dar. Quem sabe, em um futuro próximo, escreveremos um livro juntos? Nunca se sabe!
. . .
São Paulo, 08 de setembro de 2009

Fabiano,

Eu sinto um frio neste instante. Um frio e um calor ao mesmo tempo. Calor de ódio. Frio de saudade. Na verdade, pode-se dizer que é uma brisa. Uma calmaria. Ou uma loucura. Não sei, Fabiano. Não preciso mentir sobre o meu desejo incessante de querer roubar outro beijo teu. Olhar nos teus olhos cor de terra e falar verdades que rebelam-se por dentro de mim. Penso diferente. Nunca tivemos um desfecho. O tempo surgiu para nos separarmos e acender essa nossa chama.

Sempre achei que fosse só tua. Que nenhuma outra menina-mulher ousaria roubar-te de mim. Sempre mantive os meus pés no chão quanto à nossa amizade. Os nossos segredos. Sempre vi nossos planos caminharem juntos sem medo do que o futuro poderia trazer-nos. Mas acho, também, que tuas palavras na carta me feriram.

Milhares de quilômetros nos separam, claro. Não é nada fácil eu conseguir grana para ir ver você em Oxford e beijar-te incansavelmente. Teus lábios, tua boca. E essa distância não me tira as lembranças e a chama dentro de mim. Não me torna fraca. Não paro de olhar nossas fotos no Hopi Hari, na Paulista, no Ibirapuera. Olhar para a tua boca é sinal de desejo, de paz, de descanso. É uma vontade louca de encostar o meu corpo no teu. Sentir tua pele. Nada se apaga, querido. Tudo engrandece.

Eu tenho vivido tão tola, sabe. Tão tola, que um dia estava na sala de aula e morri de rir, feito uma boba, desse dia que você jogou areia nos meus olhos sem querer na praia. Meus olhos ficaram vermelhos, mas foi de paixão, seu bobo! Eu estava tão feliz naquela tarde, que se toda a areia da praia estivesse sobre mim, por culpa sua, mesmo assim continuaria apaixonada. Eu não confundi nada. Nem você.

Quis mudar o corte do cabelo para ver o que você diria. Passei mais lápis nos olhos. Usei roupas um pouco mais provocantes. Eu vi sua carinha querendo-me só para você. O seu jeito tímido querendo me elogiar, mas algo em ti pedia silêncio. E logo mais, tirei teu silêncio com um beijo. Porque eu me sentia tão tua, tão amada, tão única! Meus dedos acariciando teus cabelos lisos e castanho-claros deixavam você louco. Eu vi. Eu senti. E tuas mãos fortes em minha cintura, levavam-me ao teu céu, querido. Ao cosmo!

Quero-te de volta. Às vezes eu penso que é apenas um sonho. Uma simples paixão.

Preciso redigir um artigo sobre a mente dos assassinos. Estranho, não? Mas vale minha nota do trimestre!

Um beijo,

Mariana

PS.: você, por acaso, ainda tem aquele cd da Adriana Calcanhotto que te dei no Natal?

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Elas

Eu estava cansado daquele dia trabalhado. Desci no shopping para pegar outro ônibus para o curso de inglês. Os olhos cansavam, a paciência quase acabara, a vontade de tomar um banho era enorme. O meu MP3 estava quebrado, logo não poderia ouvir o setlist baixado um dia antes em casa. Sentei na cadeira ao lado da janela daquele transporte urbano. Pessoas subiam apressadas sabe-se lá para quê. Universitários com seus livros e cadernos. Trabalhadores com o cansaço e estresse exposto.

Então, parei para ouvir a conversa delas...

- Menina, nem te conto!
- Que foi? [percebo um sorriso e uma leve risada]
- Sabe aquele menino que senta sempre do meu lado?
- Sei. O lourinho?
- É. Mulhé-é, hoje ele veio soltar umas indiretas. Falando dessa minha blusinha. [risos convencidos]
- Eita! E ai?
- Ah, eu fiquei na minha. Só sorri. E nem é a primeira vez.
- Vixe! Dá em cima também, mulhé!
- Ai, sei lá. Acho que não. Mulhé, ele é bonitinho, né? Mas eu num quero ninguém não.
- Aff...
- Falar nisso... Eu fui curiar o Orkut de Ranniel. Tinha um scrap dum doidinho dizendo “Ei, boy! Fim de semana foi role, né não? Ei , galado, tu esqueceu a viola na mala. Se liga, depois nóis ajeita aquele rolo. Falow!”.
- Vish, e ele num tá na faculdade não?
- Mulhé-é, Ranniel só vive badalando. Parece que foi nesse fim de semana pra uma casa de praia.
- É, né? Viola e tal... Deve ter sido lual. E esse outro doidinho?
- É, acho que foi. Mulhé, é Felipe. Depois eu mando o profile dele.
- Uhum. Menina, tu gosta ainda de Ranniel, né?
- Mulhéééé, eu amo aquele troço. [que adjetivo mais belo para quem ama outro, eu penso]
- Troço, é? [gargalhadas] [até a “amiga” percebeu o adjetivo]
- Última vez que “eu vi ele” foi no São João lá de Caicó. Tava com uma doidinha lá, no maior love.
- Sim, a festa tão falada! [gargalhadas]
- Foiiiiii! Em vês de ir dançar com Aviões do Forró, a gente foi beber lá perto, na casa da mãe de Jussara.
- Tô ligada nessa resenha. [risada safadinha]

Para mim, a conversa encerrou-se. Para mim, era o típico papo delas. Certo do que vivem. Certo do modo como falam. Como tratam-se. Não era uma fofoca
. Perdiam, talvez, o tempo. Ou ganhava-o falando bobagens de suas vidas.

Elas. Algumas delas eu não entendo. Deveria?