terça-feira, 9 de junho de 2009

Aquela tarde...

Foto: cedida pelo Google

Sobre o que? Sobre o amor mais uma vez? Não quero que vire rotina falar sobre ele. Então sobre a paixão? Também não. Sobre o que, afinal?
Sobre o nada. Este deve trazer mais calmaria para o meu eu. O nada, mesmo sendo um vazio, um “dissílabo”, uma imensidão de incertezas, proteje-me neste instante dos problemas causados pelo tal coração. Deveria falar sobre guerra, aquecimento global, segurança pública, educação, política. Quem sabe eu deveria falar sobre academia? Braços, pernas, bundas, coxas, costas, barrigas, peitos, panturrilhas...
Mas não. Não quero falar sobre isso. Alguns devem achar que não passo de um estudantezinho de merda. Que em suas horas “vagas” fica a escrever coisas do coração. Sinceramente, cansei. Por hoje cansei. Em todo lugar que eu vou tem uma placa falando sobre amor. Com todos que eu falo, no fundo, falam sobre amor. Os meus textos, que muitos elogiam, falam sobre amor. Incrível como esse sentimento está ao “nosso” redor e mesmo assim ainda há discórdias. Não tenho como escapar.
Portanto, conclui em escrever sobre um fim de tarde que tive há semanas atrás. Aviso: vou baixar o nível! Irei contar quase todos os detalhes. Vou dizer o que senti naquele dia...


Desculpe-me, estou a sair de minha corte. Vou para o jardim mais longe daqui. Vou encontrar uma donzela.

Encontrei a sobrinha de um cliente do meu pai em um jardim próximo a nossa fazenda. Ela vestia um vestido branco, com pequeninas rosas roxas desenhadas sobre. Tinha alças finas, que com qualquer mudança na velocidade do vento, elas caiam de seus ombros. Tinha em seu cabelo um diadema brilhante. Seu perfume lembrava cítrico. Calçava uma sandália baixa. Tinha um cordão de ouro no pescoço e brincos no formato de coração.

Não senti amor, nem muito menos paixão. Queria apenas comê-la. Queria lamber suas orelhas, pôr meus dedos de leve na barriguinha fina, enquanto lamberia com voracidade seu pescoço branquinho. Queria puxá-la pelos cabelos e chamar de “gostosa! Gostosinha putinha!”.Queria tirar aquele vestido e deixá-la completamente nua. Exatamente como veio ao mundo. Queria meter o meu pau dentro dela. Este, já estava enrijecido. Ela já o sentia e dizia tão doce e cheia de desejos “ai, põe ele em mim. Deixa-me tocá-lo”. Ela queria tudo, tudo mesmo. Eu não queria quase nada.

Ela tocava os meus músculos. Tocava os meus braços fortes de guerreiro. Ela também me lambia e mordia meu ombro, minhas orelhas. Uma hora ela me segurou e olhou dentro dos meus olhos. Desceu sua língua por minha boca, enquanto eu acariciava sua bundinha gostosa. Mordeu meu queixo, e continuou a descer com a língua em meu pomo-de-adão. Fazia lambidas cíclicas em meu peitoral. O prazer consumia-me todo. Matou-me de desejo quando se levantou e ficou dançando pegando nos seios e na xoxota.
Transamos horrores. Gozamos muito. Foi uma tarde quente, apesar do frio que fazia. Aquela sobrinha do Sr. Teteco era desejada por muitos peões da redondeza. Se ela não dava por aí, fui o felizardo.

Pus os braços para cima alongando-os. Vesti minha camisa longa e minha calça de algodão quadriculada. Calcei as botas. Agachei para perto daquela donzela de 19 anos, beijei sua boca, seus seios, que ainda respiravam à mostra, e fui embora.

Foi um nada. Eu queria poder ter uma mulher de verdade. Não queria uma desse tipo. Essa que eu comi foi só mais uma entre tantas. Não merece o meu amor, minha paixão, nem muito menos o meu dinheiro, como muitas da cidade querem. Queria só dar uma fudida com ela. Os pões do meu pai sempre falavam daquela puta gostosinha, e eu não dava ouvidos. Abitolava-me com minhas paixões e amores pelo mundo afora. Até mesmo em minhas cartas e textos.

Voltei para a corte. Estou deitado só de cueca. Sozinho nesse quarto. Nesse nada. Nesse vazio constante.

* texto passou por modificações. O original está com o nível bem mais baixo, mas não deixa de ser uma obra da minha pessoa. Em breve, quem sabe, irei publicar o original. Ou não! Fui inspirado por uma passagem do livro que estou a ler "A Irmã de Ana Bolena", onde as duas comentam cheias de desejos sobre o rei Henrique VIII. Quem ainda não leu o livro, leia-o, se realmente for do seu interesse. Mas seria bom começar o primeiro volume "A Princesa Leal". Não querendo ler o livro da "irmã", assista o filme que foi inspirado "A Outra". Eu ainda não o vi. Em breve irei comentar sobre. Passar bem!

9 comentários:

Débora Cunha disse...

e sabe a pior parte? quanto mais se tem do que não se exatamente quer, maior e mais sufocantemente pesado se torna o nada!

Cleyton Cabral disse...

Caralho, que texto excitante ou texto para ler de pau duro. rs
Gostei daqui. Abraço.

Vicente Freitas disse...

É que o amor não é tão comum... O amor verdadeiro é quase inatingível, abandonado e sozinho.

A procura?
- Incansavelmente plena.

A pureza?
- Sempre perfeita.

A certeza de que é amor?
- Nem os deuses ousariam afirmar.

But yes, you can.

Unknown disse...

Parafraseando José Ortega Gasset:
Você é você e suas sinestesias!
Heheheh
Suas palavras alertam os sentidos!
Abraços

Vanessa Cristina disse...

É meu nobre...
Tenho alguns 'eu achei' sobre seu texto.

Eu achei que foi mais você do que todos os outros. Foi mais intenso, sinestésico. Como se o seu eu realmente quisesse escrever, de verdade.

Eu achei forte, intimidador, ao mesmo tempo em que foi o algo mais sincero que já li. Não tem dessas frases marcantes e dizeres bonitinhos que nós gostamos de usar pra rebuscar o texto e deixar todo mundo de boca aberta. Veio de dentro, de um coração vazio ou de um nada que ocupa a mente.

Eu achei... que foi você. Sei lá por que, mais foi você. Mais você.

E não precisar falar de amor para ser bom, nem de paixão ou qualquer desses sentimentos românticos e clichês. É bom quando vem dentro, quando explode e mostra quem de fato é.

Foi ousado, bem ousado. Até fiquei meio sem graça de ler. Mas gostei muito, por que pelos minutos nos quais li, eu enxerguei você.


Beeijoo grande!
Sua caríssima leitora, com certeza!

Anônimo disse...

Oo...capacidade que poucos tem e vontades guardadas fizeram com que seu sentidos se agussasem...

Fantásticos livros..já os li...são bons mesmo...

Prazer em conhecer-te...

Vanessa Cristina disse...

Se não gosto? E por que não gostaria?

Ah, meu nobre. Já estou viciada em te ler. Too late. hauahuahaua

Beeeijoo, caríssimo.
:*

Vanessa Cristina disse...

Ah, e outra! Esse seu calor, hein? Hahahaha...


Adoooro
:*

Vanessa Cristina disse...

Ah, meu nobre... Como não viste, se está lá? Perdeste um pequeno detalhe... Eu configurei para mostrar apenas os 10 últimos atualizados. Abaixo destes, tem um iconezinho que diz 'mostrar todos'.
Clica ali que você verá o seu nomezinho :D


Pensamentos bobos, sim. Viciei, já disse. Vivo por aqui.

Sim! Deve ser a falta do sorvete. Adoro sorvete.

Beeijoo nobre que sim, gosto muitíssimo de ler!
:*