terça-feira, 8 de setembro de 2009

correspondências; primeira resposta

Eu e minha querida leitora e blogueira Vanessa, dona do Monólogos, começamos uma aventura de troca de cartas entre dois personagens que criamos. Apenas criamos os personagens. Eu faço as cartas da Mariana, e ela as do Fabiano. A Vanessa já começou! Clica e confira, se quiser. E logo abaixo está a resposta da Mariana. Vamos ver no que vai dar. Quem sabe, em um futuro próximo, escreveremos um livro juntos? Nunca se sabe!
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São Paulo, 08 de setembro de 2009

Fabiano,

Eu sinto um frio neste instante. Um frio e um calor ao mesmo tempo. Calor de ódio. Frio de saudade. Na verdade, pode-se dizer que é uma brisa. Uma calmaria. Ou uma loucura. Não sei, Fabiano. Não preciso mentir sobre o meu desejo incessante de querer roubar outro beijo teu. Olhar nos teus olhos cor de terra e falar verdades que rebelam-se por dentro de mim. Penso diferente. Nunca tivemos um desfecho. O tempo surgiu para nos separarmos e acender essa nossa chama.

Sempre achei que fosse só tua. Que nenhuma outra menina-mulher ousaria roubar-te de mim. Sempre mantive os meus pés no chão quanto à nossa amizade. Os nossos segredos. Sempre vi nossos planos caminharem juntos sem medo do que o futuro poderia trazer-nos. Mas acho, também, que tuas palavras na carta me feriram.

Milhares de quilômetros nos separam, claro. Não é nada fácil eu conseguir grana para ir ver você em Oxford e beijar-te incansavelmente. Teus lábios, tua boca. E essa distância não me tira as lembranças e a chama dentro de mim. Não me torna fraca. Não paro de olhar nossas fotos no Hopi Hari, na Paulista, no Ibirapuera. Olhar para a tua boca é sinal de desejo, de paz, de descanso. É uma vontade louca de encostar o meu corpo no teu. Sentir tua pele. Nada se apaga, querido. Tudo engrandece.

Eu tenho vivido tão tola, sabe. Tão tola, que um dia estava na sala de aula e morri de rir, feito uma boba, desse dia que você jogou areia nos meus olhos sem querer na praia. Meus olhos ficaram vermelhos, mas foi de paixão, seu bobo! Eu estava tão feliz naquela tarde, que se toda a areia da praia estivesse sobre mim, por culpa sua, mesmo assim continuaria apaixonada. Eu não confundi nada. Nem você.

Quis mudar o corte do cabelo para ver o que você diria. Passei mais lápis nos olhos. Usei roupas um pouco mais provocantes. Eu vi sua carinha querendo-me só para você. O seu jeito tímido querendo me elogiar, mas algo em ti pedia silêncio. E logo mais, tirei teu silêncio com um beijo. Porque eu me sentia tão tua, tão amada, tão única! Meus dedos acariciando teus cabelos lisos e castanho-claros deixavam você louco. Eu vi. Eu senti. E tuas mãos fortes em minha cintura, levavam-me ao teu céu, querido. Ao cosmo!

Quero-te de volta. Às vezes eu penso que é apenas um sonho. Uma simples paixão.

Preciso redigir um artigo sobre a mente dos assassinos. Estranho, não? Mas vale minha nota do trimestre!

Um beijo,

Mariana

PS.: você, por acaso, ainda tem aquele cd da Adriana Calcanhotto que te dei no Natal?

3 comentários:

Vanessa Cristina disse...

*.*


Olha, acima, meus olhinhos brilhando!
Ai como eu adorei essa idéia!
Tu saiste melhor que a encomenda. Hehehehe

Mais ainda a idéia do livro, ah, gostei demais!

Vou adicionar o link lá no meu post.

Beijão, querido!
:*

Unknown disse...

Linda!

;**

Katrina disse...

Fábrica do poema? *-*