segunda-feira, 27 de abril de 2009

Mais uma carta. Não sei para quem.

Foto: Av. Câmara Cascudo, Natal (By Nobre Epígono)
Parachutesópolis, 27 de abril de 2009

Gostaria de desejar uma ótima noite, em primeiro lugar. Depois, gostaria de ficar nu ao começar a escrever esta carta. Uma carta tão singela para alguém tão “so far away”. Não, não. Melhor eu ficar vestido. Não seria bom para um Nobre feito eu, despir-se assim... Tão cara-de-pau. Tão audacioso. Estou sentindo um frio tão bom agora a noite. Aqui... Na janela do meu quarto. Vendo a chuva cair. Querendo você aqui. Eu perco a noção do tempo quando estou ao seu lado. Não sei quem eu sou quando você me olha daquele jeito. Estou ouvindo batidas e violões em meus fones de ouvido. Parece que estou sendo guiado por um anjo sem segundas intenções. Tudo acaba dando no mesmo. Tudo acaba virando de cabeça para baixo.


Eu consegui concluir a minha leitura tão “linda, respeitosa, leal, grandiosa” de
A Princesa Leal – Philippa Gregory. Consegui entender como uma princesa de Gales precisava fazer, tornar-se leal ao seu primeiro amor, para conseguir chegar ao trono de rainha da Inglaterra. O amor, a lealdade, a mentira precisa, transformou uma infanta da Espanha da época de Fernando e Isabel, numa rainha decidida, forte e guerreira a conduzir um país visto como “perdedor” diante das forças francesas e escocesas. Guiou o seu homem, irmão de Artur, Henry (Henrique VIII) a combater os seus inimigos. Henrique que não entendia nada de guerra, gabava-se com tantas mulheres ao seu redor. Expulsou, praticamente, sua esposa Catarina de Aragão da corte Tudor.


Quero te dizer que amei todo o livro. Queria tanto que você lesse também. Irias gostar. É bem parecido com nós dois. Claro, porque amamos a Inglaterra. Não como patriotas, lógico. Mas existe algo naquele país que nos encanta. E só nos resta irmos num ano próximo até lá. Conferir o que aqueles castelos escondem de nós dois.


Tenho tanta coisa para te falar, que seria preciso vários papéis e disposição para tal. Estou cansado. Estou tão pensativo ultimamente. Estou precisando mudar algumas coisas. Sim, tenho conhecido outras pessoas e isso tem me fortalecido e tem deixado meu astral lá em cima. Estou feliz. Sinto que estou feliz. Mas quero algo mais. Quero algo... Mágico. Não como conto de fadas. Claro que não! Só tenho certeza que eles existem. Só acho que não podem se tornar realidade. Olha, olha... Voltarei com tamanha certeza aqui nesse mundo. Voltarei a escrever mais uma carta.


Estou pegando um disco para pôr no meu som. E a música se chama: X-Static Process. Conhece? Tenho namorado com ela ultimamente. Desde que ouvi um trecho dela numa música do novo cd do Caetano Veloso.


Com carinho,


Nobre Epígono.

3 comentários:

Critical Watcher disse...

É incrível a sutilidade de suas palavras. Elas encontram em mim uma paz que não consigo ao certo definir o seu real habitat. Parece que você consegue ter a transparência de uma criança... Consegue dizer o que sente e como pensa. E acredite, meu amigo, uma carta nunca é escrita para ninguém. Decerto, ela está sendo antevista por você, justificando uma possível carta futura a alguém que está por vir. :)

Abração.

Eduardo Magalhães disse...

Meu Deus algumas partes dessas suas palavras "parece eu"... Acho que sofremos do mesmo "mal"...:P
E quem não gostaria a Inglaterra? Ou melhor a Europa toooda, ainda mais acompanhado... E outra caro Nobre, nem ocupe-se em tirar a roupa para se despir, cada palavra exposta já é uma parte de seu corpo que fica em evidência.

Quanto ao lembrar da Madonna em meu texto, não é por coincidência. Já viu o nome do meu blog e a música que toca ao acessar ele? E realmente no texto há um trecho dessa música.

Ah! Me diz que música é essa do Caetano que ele canta o trecho de X-Static Process!

E o tempo ausente, é por que ando atualizando pouco meu blog. Mas prometo ser mais frequente!

Quanto a nós...
Ousemos sonhar! Sempre!

Unknown disse...

Caro Nobre,
Não é fácil falar de maneira simples o que o próprio coração complica. Fica a admiração por sua capacidade.
Abraços