quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Dias, Aline - majestosos gestos.

foto: Flores de Acácia (A.D) by Aline Dias

"No ships come; the aimless wave sway beneath the empty sky." V.W

Eu pensei em começar com algumas palavras da Lispector. A loucura de Virginia transformou minha visão literária em minúsculas gotas de choro de felicidade e tristeza. A escrita da mulher suicida, ou da mulher piegas, envolve-me desde que conheci uma amiga do sul.

O sul não é tão distante quando se têm meios que podem juntar e descrever sentimentos reais. Reais e reais. Os braços, os beijos e as conversas compartilhadas durante algumas noites, trouxeram-me mais vontade de querer conhecer algo. Este algo passa-se como um mistério. O algo aparenta ser um nada. Incrivelmente, vazio. E quando dou-me conta desse algo, percebo a infinidade de coisas que existem nele. Justamente porque desperta a minha curiosidade quanto ser sobrevivente dos atos.

Eis o meu discurso plácido à Aline Dias:

Assim como as ondas de Virginia balançam sob o céu vazio, tuas palavras roxas e, poeticamente, sinceras e loucas, viajam sob o céu estrelado de uma grama numa casa do campo. Luzes brilham num papel envelhecido esperando a gota da tinta cair e desenhar seus pensamentos úteis e inúteis. O último, habita em todos nós que escrevemos para nos libertar desse caos sentimental.

Dedico-te uma música. Dedico-te mil e umas palavras de felicitações. Dedico-te uma cama, um lençol, um travesseiro, um livro (ou quem sabe um homem. Ou quem sabe uma mulher), uma mesa com vários lápis coloridos para você escolher os melhores tons ou os piores e pintar teu céu. Dedico-te a agonia incessante de querer escrever mais e mais. Logo, dedico-te a paz de espírito.

E é preciso viajar nos jardins do Buckingham Palace ou do Jardin des Tuileries para poder trazer uma única flor, mesmo morta, para você. E num outro momento, dentro de uma escuridão fria e amarga, aparecerei com um lampião em uma das mãos para iluminar o seu caminho. Porei novas essências ao seu pano de retalhos com letras miúdas, que equalizam sempre em textos de uma grandiosidade inexplicável.

Têm mais: Virginia tinha inveja dos textos de Katherine Mansfield. Eu tenho inveja da tua simplicidade diante das coisas... Coisas... Mas que coisas? Todas.

Um abraço forte acompanhado de dois beijos nas bochechas!

Obrigado, minha querida.

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá meu Lindo!
Tô aquii...
um pouco distante, mas sempre por perto!
Bjus

..Adoro!
Saudades!