- Patrícia! Patrícia! Cê tá aqui? – ele entrou no apartamento.
- O que há, Roberto? Por que essa gritaria toda?
- Quem é o Alex? – paciente. Roberto a questiona.
- Alex? – ela faz uma cara de surpresa.
- Sim, Patrícia. Alex. A-L-E-X!
- Ah, Roberto... Ele trabalha com a Júlia.
- Sim. E aquelas fotos na sua máquina?
- Nós saímos semana retrasada com a Júlia, Roberto. Não há nada demais.
- Ah, lógico que não há nada demais. Até porque você só saiu com ele, só recebeu mensagens no celular, quando você me falou que era lembrete, só tirou fotos com o rosto encostado no dele e da Júlia, só não me comunicou da tal saída, só... – ela o interrompeu.
- Pára, Beto! Pára! Que ciúmes são esses, cara?
- Porra, Patrícia! Não se faz, hein. Não se faz! – ele senta-se na cama e põe as mãos na cabeça.
- Não estou me fazendo, Beto. Já disse. Saímos, jantamos...
- Jantaram, se comeram, fizeram sexo a três por quatro, né?
- Beto, que grosseria! – ela começa a chorar.
- Grosseria foi isso que você fez, Patrícia. Grosseria é você ter uma mulher, e depois saber às escondidas que ela tá saindo com outro. Grosseria é você trabalhar, juntar cada grana que recebe para fazer uma viagem, comprar um móvel pra dentro de casa, marcar um fim de semana na praia, e descobrir que sua mulher está com outro, poxa! – ele também começa a chorar.
- Você é um bruto, um grosso!
- Ah, eu?
- Sim, Beto! Você! Sabe por que eu fiz isso?
- Devo imaginar... Por que eu sai com outras? Por que eu nunca mais transei como no início? Por que eu te dei motivos para tal?
- Você não me trata mais como antes, Beto. Você não manda mais mensagens. Você não diz mais “eu te amo”, não beija-me mais como antes. – ela enxuga as lágrimas.
- Espera, espera, espera. Essas coisas são motivos fortes para uma traição? Quantas mensagens eu te mandei desde a semana passada pra cá, Patrícia? E no final de todas eu disse “amo-te, amor”. Beijo-te sim como antes. Acontece que você já não sente mais o mesmo gosto, o mesmo toque. Você tá apaixonada por esse Alex, Patrícia. A questão é essa. E eu vou deixar você ficar à vontade pra pensar no que tá fazendo. Percebeu que seu marido não é como muitos outros que chegam bêbados em casa e até agridem suas esposas? Porra, Patrícia! Por que tu não me contaste? Por que ce tá enganando a si, ao seu esposo e esse seu amigo?
- Porra, Beto! Pára com isso! Eu ia te contar... Quer dizer, não ia falar nada demais, porque não aconteceu nada demais.
- Patrícia, olha: eu vou dormir fora, tá? Não tô suportando ouvir isso de você. Incrível como você acha tudo muito normal.
- Não houve beijo, sexo, carinho, Beto!
- Tudo bem se não aconteceu isso. Mas to incrivelmente passado com essa tua inocência.
- “incrivelmente passado...”. HA-HA-HA, né Beto?
- Isso, Patrícia. Ria bem muito. Seja irônica.
- Beto, vai à merda! Tu chega aqui em casa me fuzilando com ciúmes bestas. Ele é apenas meu amigo.
- Amigo, esse, que você nunca falou para mim. Simples, “Pati”.
- Para que?
- Caramba! Como para que? Nós temos uma aliança na mão! Somos casados! Não há conversa, trocas de “não-segredos”? Prefere viver assim? Mentindo, sendo enganada, não dividindo seus sentimentos comigo, né?
- As mulheres preferem às vezes não falar tudo que sentem para os homens. Chega uma hora que você se magoa com certas atitudes deles, sabe? E uma das coisas que magoaram a sua “mulherzinha” aqui, foi o lance das mensagens, o jeito como me beija hoje em dia.
- Desde quando namorávamos você contava-me tudo. Os mínimos detalhes.
- As pessoas mudam, Beto. Os sentimentos mudam.
- Para que fingir? Eu sempre te contei quem dava em cima de mim, quem dizia isso e aquilo outro. Sempre apresentei você com muito carinho às pessoas que me rodeavam.
- Certo. Eu devo agir do mesmo jeito? Ser igual a você? – ela um tom de ironia.
- Não é a questão de ser igual a mim, Patrícia! É você ter o mínimo de sensibilidade e perceber que moramos juntos, que somos casados, que só existe eu e você nessa cidade, que temos uma união!
- Hahaha...
- Que porra é essa?! Esse cara te transformou? Está tirando a minha mulher de mim? – ele abre bem os olhos, gesticula com as mãos apontando para si.
- Transformou, Beto. Ele me enfeitiçou!
- Sua grossa! Descontrolada! Infantil! Estúpida! – ele saiu do quarto em direção à sala, pegou as chaves do carro.
- Beto... Beto! – ela chamava-o aos gritos – Pra onde cê vai?
- Ah, Patrícia... Vou sair por ai. Vou pensar nisso tudo. Vou tentar também aliviar minha cabeça. – ele falou já abrindo a porta: - E por favor, não me liga, tá? Esqueça-me por esta noite. Vai sonhar com seu “apenas amigo” Alex.
- Beto, não é assim... Beto!
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Meus deuses! Quanta correria da semana passada pra cá. Bem, ótimo feriado a todos que visitarem este blog pra lá de alucinógeno!
=]
Abraços!
5 comentários:
O que seria do amor sem suas crises? Mas com limites, com limites...
=]]
Onde está o amor?
Apenas na saudade?
O que ficou no lugar?
Um porta retratos?
Um lágrima?
Um muro pixado de traição, incerteza, medo e dor?
Onde está o amor.....
Prefiro não amar.
Beijos e Boa Páscoa^^
"quem inventou o amor uow uow me explica por favor... quem inventou o amooor me explica por favor uow uow..."
texto teu?
xD
Ciúmes...
Pense numa doença!
As pessoas tomadas por esse sentimento são totalmente cegas e SURDAS!
Aff...
Fiquei doidinha pra saber a explicação de Patrícia...=)
Beeijo,grandão.
Acho que todo casamento tem momentos difíceis. Mas o casal precisa ter maturidade e compreensão suficientes para que o amor não se perca.
Beijo, sumido!
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