Seu jeito, seu peito, sua coxa
Cada um no meu,
Cada
nu no seu... e até anel batendo
Soando como dois
sinos.
Seu cheiro no meu, seu algodão no teu,
Os meus permanecem aos céus...
Perfume delicado e inocente,
Marcado sobre os meus textos.
Está desenhado e resplandecido na palma.
Erradicando as asas dos pássaros...
Suficientemente agarrados como um casal
De pura e divina cor.
Seu nariz, sua orelha, sua boca,
Seus desejos, seus eixos, seus queixos
Tudo em um só.
Calados, molhados, abraçados, pintados.
Seu lido, meu lido, nosso escrito
Arrastados e odiados. Juntos na beira
De uma quase manifestação.
Seu coração, suas veias, suas teias.
Meu íntimo, meu hino, meu filho,
Em ódio, em amor, em dor
Passar assim por alto, de sobre-s-salto
Por entre o asfalto.
Sua vida, sua ida, seu sol.
Sua coxa, seu pé, joelho, seu corpo completo.
Sua mainha, minha inha, sua tinha.
Tua língua, tua saliva, teu mel.
E no véu, na saia, na cáia.
Vibrando forças ocultas em um material vivo.
E você deita e me enrola.
Suas costas, seus olhos, seus cílios, seus sóis...
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Inspirado no recente cd do Caetano Veloso: Cê